quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Antes tivesse sido Morte!





07 de Setembro de 1822 - o erro de Dom Pedro. Independência ou morte? A que te importava, Vossa Majestade? Devias ter escolhido morte, se soubesse como isso aqui ia ficar.










O hino nacional, certamente belíssimo, mas uma grande mentira.





"De um povo heróico, um brado retumbante" nunca aconteceu. Não passou de meia dúzia de Zé-Ninguém e Vs Majestade emputado, espanha em punho, declarou independência de Portugal. O único país INDEPENDENTE a continuar com um Imperador português, da mesma família real: Dom Pedro II.


"Se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte" - mentiiiiiira! Todos os movimentos separatistas foram um fiasco e seus membros perseguidos e mortos. Se não fosse o próprio imperador a declarar, estaríamos dependentes até hoje (po**a, Dom Pedro!!!!!)


Fico a imaginar o povo naquela época, realmente devem ter pensando no Brasil como o florão da América, iluminado ao sol do novo mundo, deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e a luz do céu profundo. Paz no futuro e glória no passado. Quanta decepção! A paz do futuro nunca veio. Seguiu-se a abolição da escravatura, o início da república, ficou na mesmice por anos, vieram e foram-se os militares, veio Collor - a esperança do povo e o desespero dos que acreditaram, foi-se Collor, vieram outros e continuarão vindo, com seus bolsinhos cheios do dinheiro público. A culpa é do povo. Quem vota em Romário, Tiririca e Clodovil pro Senado por achar ENGRAÇADINHO! Quem reelegeria Collor. A memória é curta, não? Pois eu não esqueci o que ele fez e o bolso de muita família honesta também não. Um povo que deixou o crime tomar conta do Rio de Janeiro, que deixou a favelização se expendir a perder o limite entre terra e céu - pois quando Vargas disse que isso aconteceria, ele foi taxado de nazista. O mesmo povo idiota que hoje, ao 7 de Setembro, já não sae nas ruas com orgulho para ver as marchas dos colégios ou para protesto - a carne na laje e a cerveja de butequim são o que importam.


Acorda, Brasil! Eu não esqueci o dinheiro desviado da seca do Nordeste, os milhões gastos na construção da Transamazônica - uma obra para ligar o nada ao lugar nenhum e hoje estar abandonada e em péssimas condições de uso. Eu não esqueci o dinheiro público que Collor travou, nem os mensalões e o Presidente dos Pobres vestido de Gucci e comprando aviões de luxo, não esqueci Fernandinho Beira-Mar passeando de jatinho as custas do governo, Elias Maluco e suas atrocidades que só ficaram famosas a custo da vida de Tim Lopes - quantas outras coisas horríveis os homens do tráfico fazem e não ficamos sabendo? Não esqueci as crianças que morrem de fome no Vale do Jequitinhonha, nem nas ruas das cidades grandes - moleque de rua que não teve opção, pois não educaram os pais para que não tivessem filhos e por falar nisso, não esqueci também a visão assustadora de um hospital estadual onde o líquido drenado por uma sonda pinga em um balde debaixo da cama enferrujada, num cubículo dividido com vários enfermos e a choradeira de quem espera atendimento nas filas - não há médicos, não têm equipamentos - e os que tinham foram roubados pelos próprios funcionários. Não esqueci as escolas públicas, compreende-se o que passa na mente dos que preferem virar marginais se é aquilo que chamam de escola, compreende-se também a decepção dos que querem estudar, vencer e um dia se tornar um profissional qualificado.


Foi sua culpa, como cidadão brasileiro, o que se tornou esse país. Foi sua culpa quando comprou cocaína na boca de fumo, comprou a macoínha básica que não faz mal a ninguém. E se fosse legalizado e o velho blábláblá MAS NÃO É, portanto é sua culpa contribuir para o tráfico, um dos principais problemas desse país. É sua culpa quando cada pessoa digna é assaltada por um dinheiro mínimo que vai render a próxima bala na festinha dos playboys de 15 anos das escolas particulares de uma "elite" que não tem mais tempo pros filhos e uma juventude que acha que sabe demais da vida e não quer escutar. Foi sua culpa a sociedade ter perdido seus valores, pois enquanto você se indigna e fala dos problemas sociais do Brasil, foi sua maconha que contribuiu pra isso. É sua culpa quando o tráfico manda fechar a cidade e toma conta de tudo: você, drogado, financia o tráfico. É sua culpa que crianças sejam induzidas a essa vida, pois não lhes foi dada oportunidade de ver outro caminho. Os maiores traficantes não colocam a mão nas armas, mas mandam os menores espalhar medo pela cidade, chocam os moradores honestos de comunidades, criam a guerra civil não declarada nesse país.


Não esqueci também que os presidiários não são todos pobres, estupradores e assassinos, amontoados e doentes num sistema que não corrige, mas piora qualquer pessoa.



E pra quem se pergunta do que eu sei sobre isso, sei que meu avô cozinhava e dividia com um mendigo e conversava da vida com o mesmo. Quando meu avô morreu, minha mãe viu esse amigável mendigo apelidade Cabeludo chorar amargamente.


Lecionei em escolas de crianças carentes, sei quanto se trabalha e quanto ganha um professor primário, vi a decadência do ensino, a falta de comida que crianças enfrentam em casa e na escola.


Nasci e fui criada no Rio de Janeiro, tive que sair na aula no meio da manhã porque traficantes mandaram parar a cidade. Quem vive e cresce na selva sabe o dia a dia de andar com a bolsa grudada ao corpo, olhar pros lados o tempo todo.


Sentei com moradoras de rua, senhoras a quem ofereci um resto de macarrão que jantei com uma amiga e as vi repartirem entre elas a comida com a maior alegria.


Sou católica e conheci o trabalho da pastoral carcerária. Um colega de infância, que fizemos o primário juntos, foi preso em 2009 por involvimento com drogas.


Votei em Lula e saí do país a tempo de não ter que passar por outras eleições.


Era crianças, mas hoje vejo a vida financeira do meu pai pós-Collor.


Já testemunhei assaltos.


Já visitei enfermos no SUS e vi pessoas morrendo na fila de espera.


Claro que não sei de tudo nem vim pro Brasil com a côrte imperial portuguesa, mas do que falo eu sei o que digo.





Pense em tudo isso e agora reflita: Dom Pedro foi incomparavelmente melhor, não?


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