domingo, 22 de novembro de 2009

Motilium

Peguei uma gripe, ou seja lá o que é isto, faz 3 dias. Nariz escorrendo a cada 2 segundos e entupido. Eu adoro viajar a trabalho para São Paulo, é raro de acontecer, mas amanhã está agendado. Me deixou feliz, apesar de nem a família nem Naty poderem ir, eu adoro viajar para São Paulo. Fiz uso dos comprimidos de panadol dia gripe e resfriado e descongestionador nasal que tinha em casa. Na noite do segundo dia, o quadro não melhorando e São Paulo se aproximando, minha hipocondria tomou dois comprimidos de panadol, duas aspirinas (aquelas receitadas para ataque cardíaco, mas que também aliviam sintomas de gripe), um clarinase e os doiis comprimidos de vitamina c esfervescente que tomei pela manhã. Dormi. Acordei com nariz entupido e achando que ia ter um ataque cardíaco; meu coração batia umas 200 vezes por minuto, meu nariz bloqueado ainda e uma náusea tremenda. Fui cozinhar aquele bendito feijão que levoy 24h de molho e 2h na panela (porque a boa brasileira aqui que vos escreve não comprou uma panela de pressão e arranjou um jeito de enfiá-la na mala) com muito alho e cebola, e maldito alho! O cheiro fica na mão por dias, e toda vez que levo a mão ao nariz, o estômago grita. Fui na farmácia com a brilhante ideia de comprar mais panadol e continuar minha auto-medicação, tendo em mente que tenho que melhorar até hoje para ir linda, loira e japonesa pro meu amado São Paulo amanhã de manhã. A mocinha do balcão me recomendou ver um médico já que é o 3o dia e o panadol não está resolvendo muito. Voltei pra casa, quase desmaiei ao andar 5 minutos na rua, coloquei o iogurte pra fora e fiquei pensando no Casey Calvert, que misturou uns remédios e agora está bem embaixo da terra. Devia ter pensado nisso na noite anterior. Muito tarde. Já senti os efeitos da overdose e rezei pro Calvert ir me encontrar no "céu dos overdosados". Fui cambaleando pro médico e tive que pagar de ridícula e contar pra ele minha dosagem exagerada e errada. Ele deu um risinho abafado e disse que não é nada para eu me preocupar, mas para nunca mais misturar remédio: clarinase dá palpitação, aspirina dá enjoo e panadol ainda contém cafeína. Ótimo, arranjei um coquetel pro enjoo e o brinde com Calvert vai ficar pra próxima. Ele me receitou um óleo para pôr na água quente e inalar o vapor, remédio pra passar o enjoo e o spray nasal, e nada de voar até que quarta-feira e voltar lá para ele ver como vou ficar. Resultado: Adeus São Paulo. Já chorei, fiquei emotiva, e nunca mais misturo remédio nenhum.
E São Paulo?! =~(

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Not a second to waste

"All my bags are packed, I'm ready to go..."
Toda vez que estou a esperar num aeroporto, lembro-me da música de John Denver. E toda vez que também estou viajando e despedindo-me, ela toca automaticamente na minha cabeça. Mas a parte que mais combina é "already I'm so lonesome I could die" ("já estou tão sozinho que poderia morrer"). Detesto despedidas, não gosto nem de vê-las nem na televisão, nem com pessoas desconhecidas; quando é comigo, a sensação é a como a cantada por John Denver... uma solidão desesperadora que me engole e me sufoca e me anula. Mas eu sei que tenho que ir. E vou esperando a volta, mesmo sabendo que toda vez o ciclo se repete e os "até mais" - porque finjo que vou ver logo, muito logo - sempre doem com a mesma intensidade. E uma parte de mim fica e fica em cada lugar e cada pessoa para a qual me despeço.
Como ainda cantou John Denver, "eu não sei quando retornarei. Eu odeio ter que ir".
Eu detesto despedidas.


All my bags are packed, I'm ready to go
I'm standing here outside you door
I hate to wake you up to say goodbye
But the dawn is breaking, it's early morning
The taxi's waiting, he's blowing his horn
Already I'm so lonesome I could die
So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
'Cause I'm leaving on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh baby I hate to go
There's so many time I let you down
So many times I played around
But I tell you now, they don't mean a thing
Every place I go I'll think of you
Every song I sing I'll sing for you
When I come back I will bring your wedding ring
Now the time has come to leave you
One more time let me kiss you
Close your eyes and I'll be on my way
Dream about the days to come
When I won't have to leave alone
About the times I won't have to say
Oh kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
'Cause I'm leaving on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh baby I hate to go

sábado, 29 de agosto de 2009

1 ano

"1 ano, como o tempo passa... Tenho muita saudade, pensei q nao fosse aguentar esta longa separacao. Gracas ao MSN sobrevivi. Claro q ter vc comigo, debaixo da minha saia, seria melhor, mas... como dizia mamae: os filhos crescem e ao mundo pertence. Sua vida profissional é importante e para sempre. A gente vai levando, nao tem outro jeito. Um beijo, meu amor. TE AMO MT"

Autora: minha mãe

domingo, 9 de agosto de 2009

Bacon

Estou gorda. E detesto quando me dizem "não está nada!". Sou gorda, mas enxergo bem. Eu sei o que vejo todo dia. Por isso não digo nada quando alguém comenta que está se achando gordo, cada um sabe o que tem.
O mais difícil pro gordo é dieta. Pior ainda é o gordo que tem dificuldade pra emagrecer, o corpo é lento, custa uma eternidade pra perder 1kg e inveja até o osso aqueles que perdem 3kg em uma semana fazendo o mínimo esforco. E esse tipo de gordo sou eu.
Exercício físico: o gordo quase morre no fim de uma hora, sai faminto e cansado pro resto do dia. E não emagrece. E gordo não quer esperar 1 ano pra perder 5kg, quer perder 10kg em 2 meses.
Fazer dieta: Coisa pra quem não sente prazer em comer. O gordo sente todo prazer em comer, se não sentisse, não seria gordo. Afinal, só comeria pra continuar vivo. E nunca, jamais acreditamos em quem diz que sente prazer num prato de alface. Nós, gordinhos (in)felizes, sentimos prazer com chocolate, bolos, tortas, mousses, pavés, sorvetes, pudim; lasanha, pizza, batata frita, bacon, queijos e mais queijos (ricota não é queijo!) e tudo que se frite e leve creme de leite. O que é mais apetitoso: um prato de folhas verdes ou filé com fritas? (O tópico não está aberto à discussão por resultado óbvio).
Todo gordinho desesperado já fez todos os tipos de dieta e o resultado é, quase sempre, catastrófico. Uma amiga fez a dieta da fruta, aquela que se come apenas frutas por 7 dias, sendo apenas uma opcão de fruta por dia. No primeiro dia ela apenas comeu banana, no segundo dia, desmaiou, foi parar no hospital, levou bronca da mãe e do médico. E passou os 5 anos seguintes sem nem poder sentir cheiro de banana sem ficar enjoada. Dieta dos pontos: uma fatia finíssima de bolo de chocolate, 1000 pontos. Uma vez meu endocrinologista disse que uma barra grande de Hersheys equivalia a todas as refeicões de um dia. Pra quem não vive sem chocolate, trato feito e viva a fome! Vigilantes do Peso: tenho HOR-ROR ao Vigilantes do Peso! O método é válido pra quem não sente prazer em comer e pra quem gosta de terapia em grupo. Eu já tentei umas 3 vezes que me lembre. Pagava (e não era barato) toda semana pra ficar ouvindo uma palestra besta e subir na balanca, depois de uma semana passando fome, pra aquela mulher gorda irritante te dizer com aquele sorriso pronto na cara "Parabéns, você perdeu 300 gramas!"!!!! Em uma das palestras, a gorduxa (que acha que é magra) palestrante disse que mel engordava muito, então pra quando estivesse gripado, tratar com outra coisa em vez do mel. Instantes depois ela diz que quando se estiver com vontade de comer um docinho, faz um doce de banana. Fiquei traumatizada com isso que tem uns 10 anos e lembro até hoje. Banana é uma fruta super calórica, as calorias do bendito doce de banana são maiores que uma colher de chá do mel. Haja paciência. E aquele papo de "você pode comer de tudo, mas..." e a lista é tão grande que eu me pergunto "onde ficou o comer de tudo?". Também era cômico quando alguma gorducha atingia a meta. As outras gorduxas batiam palma, a ex-gorduxa falava umas palavrinhas de intentivo se achando a Miss Mundo. Eu achava hilariante, afinal nunca vi ninguém sair magro de lá. Até porque, no meu conceito, ser magro é ser MAGRO, estar no peso é apenas estar no peso, normal, não é ser magro.
Ser gordo não é fácil, nem compreendido. As pessoas acham que fazer dieta é fácil, que saladinha é mais saboroso que filé à parmegiana e que exercício físico faz milgres. Na verdade, ninguém de quem fala isso pro gordo concorda ao menos com o que diz.

Assinado
Gordinha (in)feliz sem esperanca.


Ps: Não tem cedilha no teclado da Gorda, já deu pra notar quem lê outros posts.

domingo, 12 de julho de 2009

Reflexão

"vim no onibus pensando... afinal, que necessidade é essa que as pessoas tem de namorar?estraga TUDO"

Resposta:
Também não sei. Pergunta p minha (nome aki), ela n sabe ficar sem namorado. Eu sou o contrário, (falou a q n tem experiência, mas tá valendo) gosto d ficar solteira. Eu n tenho paciência p namoro. Quantas vezes vc vê negozin meio chateado (ou totalmente puto) pq tem q ir na festinha do avô centenário ou do amigo pentelho do namorado/a sem querer ir?! Eu posso ser até egoísta nesse ponto, mas n vou e ponto! Outra coisa, e acho q a principal: pq as pessoas namoram se não vão ser fiéis? Qto mais eu conheco homens, mulheres e bichas, mais eu constato que ninguém presta. Negozin mente, chifra etc. Não é melhor ficar solteiro e pegar geral sem fazer ninguém de babaca? Depois ainda fica com fama de rodado. Outra parada que me irrita: gente que comeca a namorar e eskece dos amigos. Depois que leva o pé das nádegas vai correndo pros amigos. (ofensinha aqui!) Eu acho q ser solteiro é mais feliz. Vai viajar no fim de semana sem ter q conversar com o namorado pq é vacilo deixar ele sozinho e bibibi, n ter q discutir relacionamento, disconfiar se tá sendo chifrado, fica com quem quiser qd quiser e n deve satisfacoes, não precisa vetar sair com os amigos pq o namorado não gosta de cinclano, n suporta beltrano e tem rabo preso com fulano.
Ah, realmente, estragada tudo.
E temos dito.


Se eu conhecer um emo legal e hétero, quem sabe eu n mudo d ideia?


=*
Solteira Feliz

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nun lebe ich hier am Diagramm

Um amigo diz que ser pessimista é melhor do que ser otimista, afinal quando algo dá errado, ele já esperava que desse e não fica tão desapontado.
Eu estou sempre supondo o pior.
Vivo em memórias e confunsões. Notei o tempo passar e que eu passei todo o tempo observando-o passar, esperando que o pior passasse. Esperando, pensando, fugindo, escondendo, vivendo.
Conquistei alguns objetivos, perdi outros (incalculável valor), não acredito que conseguirei outros, por isso cabe chamar de sonhos - sonhos estão distante e não se concretizam.
E passo tempo demais esperando. E na eterna luta comigo mesma, em me aceitar e mudar. Não consegui, outra vez. Estou caindo. O tempo passando. Estou caindo.
E estou tão cansada.

sábado, 20 de junho de 2009

Mas hein?

Questão...

  • Que fim levou Yuri Kosyng? (personagem de OZ da HBO)
  • E o Walter Mercado (ligue dja!)??
  • O corpo de Ulisses Guimarães?
  • Assassino do zodíaco?
  • Menina elástico (aquela que fez comercial da Bombril)?
  • Se alguma coisa se perde no mar, e o mar tem profundidade absurda e tamanho infinito, como é que se pode achar?
  • O que tem no fundo do mar? Tem que ter alguma coisa...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Stella Maris

No primeiro post desse blog, falamos que Stella Maris (do Einstuerzende Neubauten) é a melhor letra de música já escrita. Por isso vou postá-la aqui. Lembro que quando meu amigo me passou, ele disse apenas para que eu prestasse atencão na letra, e quando cheguei ao fim, tive que concorda com ele, só consegui soltar um sonoro "p#t@ que o p@r!u".

Modéstia à parte, eu colocarei a tradução em português, pois a música original é em alemão e a tradução em inglês tem vários erros.



Eu sonho que te encontro bem no fundo
No ponto mais fundo da Terra, Foças Mariana, fundo do mar
Entre Nanga Parbat, K 2 e Everest, o teto do mundo
Lá eu faco uma festa para você
Onde nada mais impede minha visão
Quando você vier, eu te verei chegando pela margem do mundo
Não há nada de interessante aqui, apenas as ruínas de Atlântida
Mas de você nem um traço
Eu acho que você não vem mais
Nós nos perdemos no sonho
Você sonha comigo, eu com você
Não tenha medo, eu vou não vou te acordar antes que você desperte sozinho
Acima do gelo em direção ao Polo Norte é onde vou te esperar, estarei no eixo
Da Terra do Fogo num difícil sonho trabalhoso até o polo, tudo lá girará apenas em torno de nós
A estrela polar se direciona sobre mim
Este é o polo, espero aqui
Apenas você é o que não vejo em milhas e milhas
Estou esperando no polo errado
Nós nos perdemos no sonho
Você sonha comigo, eu com você
Não tenha medo, eu não vou e acordar antes que você desperte sozinho
Por favor, por favor não me acorde
Enquanto eu só sonho que você existe
Nós nos perdemos no sonho
Me deixo ser levada numa leve sonolência num cruzeiro de navio, Eldorado, Punt lá é sua casa
Espero na costa, procuro no horizonte
Até finalmente avistar sua vela
O comandante está bêbado embaixo no deck
Eu não consigo pilotar esse navio no sonho
Num recife faz um buraco, no Mar do Norte ele afunda
Um iceberg me empurra embora
Eu acho que vou esperar por muito tempo, Punt continua indescoberto
Nós nos perdemos no sonho
Você sonha comigo, eu com você
Não tenha medo, eu não vou te acordar antes que você desperte sozinho
Você sonha comigo, eu com você
Não tenha medo, eu vou te encontrar
Meio adormecida eu te pego e te puxo para mim
Então você sonha sonha comigo, eu com você
Eu sonho com você, você comigo
Nós sonhamos um com o outro acordados

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Slat

O carro está aqui para as garotas de vermelho.
Para fora do ninho, chegou a hora.
Uma luz sempre fica acessa para lembrar de onde vieram. E para onde voltar.
Uma após a outra. Chegou a hora de te deixar.
Último jantar, última risada, últimas fotos e lágrimas, nessa rua que você deixou tão vazia. Uma após a outra, elas vão.
Os telefones estão desconectados. O carro está aqui para buscar a garota dos olhos vermelhos.
Para longe da cidade, chegou a hora.
Deixe a luz acessa caso queira voltar.
E através do céu, através do mar, seus sorrisos voltaram a brilhar.
Eu não consigo parar de chorar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Conversas (im)Produtivas

- Você não fez aquilo, fez?
- Fiz.
- Minha nossa! Você fez mesmo?
- Fiz.
- Não, por favor, diga que não fez.
- Fiz.
- Você realmente teve coragem e fez?
- Fiz.


Qual a grande dificuldade em acreditar que fiz?

sábado, 16 de maio de 2009

It's just another saturday.

Eu poderia repetir todas as coisas que vivo dizendo pra você, mas eu não quero.
Afinal você saberia, mesmo se eu não falasse nenhuma.

11 anos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Desconectados

Era mais do um pensamento frequente, era uma verdade todos os dias. Seja lá onde estivesse.
Por anos foi um amigo, uma obsessão, uma paixão, um amor, um sonho em todas as noites. Uma distância.
Alimentado pelo platonismo, pelo cansasso, pelo belo mundo idílico imaginado, pelo medo. Pela distância.
Esteva sempre presente nas conversas, nos pensamentos e nas gargalhadas. Fazia tão bem e feria tanto. E sempre querendo-o mais e de novo. Apenas mas uma vez, mais um dia e que desta vez finalmente durasse pra sempre.
Mais do que um medo, um fracasso e um sonho; as esperancas dos minutos arrastados em anos, ele não é mais o ponteiro do relógio, a espera incessante de ler seu nome, nome que se transforma aos poucos em apenas lembrancas, risadas, sonhos. E distância.
E se apaga aos poucos. Cada vez mais. Distante.

domingo, 19 de abril de 2009

Oluwa wo ran mi ni lowo

Tenho uma certa saudade do meu país. E toda vez que vou à África ela acontece. A 500 metros do solo, já sei que vou encontrar tanto verde, calor, ruas de terra batida sem asfalto, casas que se assemelham com as favelas e aquela gente negra e simpática. Os aeroportos na maioria das vezes são muito mal desenvolvidos, parecem com a rodoviária internacional do Rio de Janeiro a.k.a Galeão. A África faz me sentir no Brasil. Afinal, não estamos tão longe, antes das léguas marítimas nos separarem estávamos bem ao lado. Depois veio a escravidão. E o Brasil tem muita raíz africana.
O que mais me encanta é o povo. Há vida na África. A última vez que estive na Europa, num sábado de sol com um lindo céu azul na Alemanha, não se via ninguém na rua. Os poucos que andam, parecem tristes e amargurados, ou sentam pra ver a vida passar. Na África, onde há tanta corrupcão, pobreza, malária e hiv em altos índices, encontra-se um povo sorridente, alegre, receptivo ao estrangeiro e um sorriso onde não se vê falsidade como nos sorrisos murchos europeus. O sorriso do africano é contagiante, a gentileza do povo me deixa pasma, nunca em hotel algum carregaram minha mala até meu quarto - e fizeram isso para todos nossos colegas - e sempre sorrindo. Toda vez que vou à África eu esqueco todo tormento, me perco e me encontro no verde da natureza, é um lugar onde pensamentos brotam, se transformam e tudo se cura. Há tanta, tanta vida na África. Uma colega negra africana diz que se todo o continente se unisse e formasse um só país, a economia mundial entraria em declínio e eles seriam os donos do mundo. Uma terra onde o que se planta, nasce; ouro e tantas riquezas naturais e um povo que sabe viver e sorrir, sorrir com a alma, em meio a tanta labuta e dificuldade. Acho que isso o brasileiro tem do africano. E essas viagens para a África me trazem essa saudade de casa e toda vez que vou para lá, meu coracão viaja todas essas léguas entre um continente e outro. E se alegra.

domingo, 29 de março de 2009

E aí? Está esperando o ônibus?

Hoje acordei e senti o cheiro da marca do seu cigarro na minha calcinha. Não sei se foi o cheiro do cigarro ou o ato de cheirar a calcinha... algo aí me fez lembrar de você.
Olhei para o lado e vi 2 copos vazios e uma garrafa de gin no criado mudo, pensei: "Será que você esteve aqui ontem?".. mas sei lá, eu tambem tenho esse habito de beber em 2 copos, e ainda assim, só um deles tinha cheiro de perfume.
Passei pela sala, tudo normal. Abri a geladeira e dei falta de um danoninho... e você sempre adorou essa merda. Alias, isso é uma das poucas coisas que temos em comum.
Me dei conta que a porta estava trancada por dentro, com a correntinha... por mais habeis e longos que seus dedos fossem ainda assim eles nao conseguiriam tal proeza. Nem me dei ao trabalho de olhar pela janela, sei que você tem medo de altura.
Como quem não quer nada comecei a cantarolar qualquer coisa de chitaozinho e xororó, só porque você odeia... e é só quando eu te irrito que vale a pena ter você por perto.
A campainha tocou, pensei "pronto, era você fingido que esqueceu algo, só pra voltar". Abri a porta... era a Thaís do 403, a chamei pra tomar um copo de gin.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Introibo ad altare Dei

Sabia que a última vez que o vi podia ser a última. Mas foi com sinceridade que o abracei e fiquei feliz em vê-lo. Não gosto de despedidas e evitei um último encontro para dizer adeus, o tempo e a distância não trabalhavam a nosso favor. Sempre pensava nele, creio que ainda penso, todos os dias. Dos momentos de conforto que ele me deu, de risadas e até lágrimas que ele me fez chorar, dos ensinamentos e, como ele mesmo um dia disse, da amizade bonita que nasceu entre nós.
Eu gostaria imensamente de poder abracá-lo outra vez, escutar seus conselhos, derramar minhas faltas e chorar minhas confusões; e, por cima de seus óculos, perceber quanta coisa aqueles pálidos olhos azuis sentiam, afinal guardávamos nossas almas como um segredo preso na garganta. Tantas coisas que nunca saberei e todo que ele nunca pode me contar e tudo que eu falei agora estão guardados e lacrados. Foi meu confissor, meu amigo, meu pai, meu irmão, o avô que nunca tive, meu padre e meu pastor. Por cada hóstia levantada e cada passo arrastado até o altar de Deus, "conceidei ó Deus ao que partiu dessa vida a luz que não se apaga".


In memoriam Frei Marino Prim (OFM)

domingo, 8 de março de 2009

Minha última noite em casa

Eu estava com as mãos manchadas do rosto dela, enquanto meu sangue escorria pelas minhas pernas. Fiz minhas malas. Abracei meu gato. Fechei a porta.
Não tinha lugar pra ir. Fiz minha ligação. Me refugiei na casa de uma amiga. Fumei na varanda. Dormi.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Love is watching someone die.

Quando eles se separaram eu tinha 3 anos, quando ele se mudou eu tinha 7. Eu já me senti abandonada.
Mas eu lembro do dia dos pais do ano que ele se mudou, foi a única vez que meu pai foi comigo ao dia dos pais do colégio, foi a única vez que ele pode ir. A atividade familiar era fazer algo com sucata em companhia do seu pai, ele fez um satelite de cartolina rosa e canudos coloridos, para que mesmo longe nós pudessemos nos falar de alguma forma, aquele satélite seria ele. Eu nunca vou me esquecer desse dia, considero uma das memórias mais importantes que eu tenho.
Nos falávamos aos domingos, telefonar para meu pai é minha missa, meu dia sagrado. Eu quero ouvir ele falando das maravilhosas partidas de xadrez, da beleza das equações, dos números primos, dos planos dele para decodificar RSA.
Passei quase o mês inteiro de janeiro ao lado dele, assistindo seriados de madrugada, bebendo cerveja, conversando. Ele me contou das tentativas de suicidio dele pela primeira vez.
Como quando minha mãe e ele se separaram, ele doou todos os móveis e eletrodomésticos, abriu a janela, porém lembrou das duas filhas pequenas qua ainda tinha e que queria vê-las crescer. Meu pai não se matou por causa do amor que ele tinha por mim. Essa foi a maior prova de amor dele.
Ele tomou 10 comprimidos de anti-depressivo, implorou para que o general não aposentasse ele, falando todo torto. Mas não adiantou, ele foi aposentado.
Hoje, eu o vejo piorando a cada dia, parando de andar, de piscar, de escrever, da sair, de sorrir. Ele está perdendo as expressões faciais, aparentar ser muito mais velho do que é, mas quando ele finalmente sorri, eu reconheço ele. Eu reconheço o pai que sempre me amou, sem nunca ter me sufocado. E eu quero ver ele quase chorando de alegria, como no dia que eu passei no vestibular. Porque ali eu vi o quanto ele se orgulhava de mim.
Eu já tentei me preparar para a morte dele, mas não é algo que eu consiga. Simplesmente, não estou pronta para deixá-lo ir, e descobri que não quero estar. Não quero transformá-lo num morto-vivo. Eu quero beber toda a cerveja do mundo com ele, escutar Roberta Mirando, cantar "Me dê motivos",rir mais de milhares de vezes com ele, ser acordada de madrugada porque ele está com insônia, escutar todas as piadas ruins que ele consegue inventar.
Eu quero muito ser filha.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

It's on

"It was in a good sunny day
We walked too long with no way
We had nothing to do
that day"
(Música de uma banda local há muito tempo atrás)



Dia de sol e calor e reencontro com a amiga que não vejo por volta de um ano e meio. Ficamos nos abracando e dando pulinhos (como a maioria das mulheres histéricas fazem) no corredor por alguns segundos (talvez tenhamos ultrapassado a casa dos segundos). Fomos bater perna e jogar papo fora, falar das novidades e também das lembrancas, afinal recordacões são inerentes à longas amizades.
Como andamos sem destino certo, nossa conversa também foi se perdendo e dando voltas na linha do tempo, lembramos de pessoas que havíamos esquecido há muito tempo - engracado como são as coisas, de algumas nem lembramos as feicões - e de momentos hilários. De vez em quando a sessão nostalgia faz bem, ao contrário das vezes que beirei à lágrimas - ou cheguei a elas - neste dia, sentadas com o pé dentro do laguinho no parque, ríamos de tudo o que passou.
Quel e eu tivemos os 12 anos ouvindo rock, usando casaco de flanela, cultuando nossos All Star's (na época que o par ainda custava R$18,90) e Nirvana era a traducão de música. Quel e eu sempre gostamos de alguns estilos musicais diferentes, mesmo estilos de rock diferentes. Lembramos da época que saíamos para ir a showzinhos das bandas de garagem de Niterói, meu melhor amigo (encontra-se atualmente aqui, só que mais velho, menos magro, mais careca [te amo mlk =**]) tocava numa banda grunge e eu acompanhei de perto seus ensaios lotados em algum estúdio ou na casa de algum dos integrantes. E nós nos divertíamos.
Não acreditamos que nenhuma dessas bandas ou seus integrantes tenham ido pra frente com música, ainda que algumas bandas realmente tivessem talento e música significasse vida pra eles. Afinal não é toda banda de garagem que vira o Silverchair.
Pelo o que ficamos sabendo (visto que nenhuma de nós duas mora mais em Niterói) um dos locais toscos onde as bandas se apresentavam ainda existe, e agora até ar-condicionado tem, mas não sabemos quem vai e quais são as bandas. Passamos da idade. E era mais legal quando era tosco, quando o teto era de lona e uma árvore nascia do lado do palco e um tronco entrava pela parede. Mas se as bandas da nossa época um dia voltassem a fazer um show, tive que concordar com Quel que estaríamos presentes e na primeira fila se fosse a Freak(y). E esta é a mencionada banda que respirava música citada a cima. E talento também. O vocalista era namorado da minha irmã e meu amigo também. Eu e Quel quase sempre íamos quando eles tocavam. Eu várias vezes dividi o bateirista - único integrante sem namorada - com outro amigo do pessoal para ver quem entraria de graca e economizaria R$3,00. Nossa, da Freaky tenho muitas lembrancas. E saudades. Eles tocavam Korn, banda que eu e Quel gostávamos muito também. Flashes passaram pela minha cabeca, engracado observar como a memória age. Lembrei de eu pintando as unhas de Tiago de preto para um dos shows; as guitarras de Diogo tinham nome (e acho que era o nome das filhas de algum ou alguns dos integrantes do Sepultura); de estar mexendo no computador e Ricardo tocando guitarra na minha casa com minha irmã e o riff de "Falling away from me" me puxar de volta pro mundo, porque eu realmente amava essa música; de Tiago ter me puxado pro palco uma vez enquanto essa música rolava [e ter me matado de verginha] e de uma vez que Tiago quebrou o palco passando o som e o vocalista de outra banda caiu no buraco, a banda que o baixista da Freaky já tinha tocado. Lembrei desses momentos em questões de minutos. E ri, ri muito.
Ao fim da viagem, quando cheguei em casa, liguei o computador e baixei muitas músicas do Korn.
Quanto a Freaky, restou um cd demo que eles chegaram a gravar.


Fragmento da Freaky aqui (guitarrista FODA demais. Não tive palavra mais educada.)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Edredon, sopa e colo

Dias febris me fazem ser uma pessoa mais normal.
Eu não fico na farra diária, fico entediada, fico com dor no corpo, fico carente, fico chata. No final do dia não me suporto. Meu telefone não toca, fico torcendo para alguém vir me visitar (de preferência trazendo chocolate), ninguém aparece.

E no fim do dia, acabo escrevendo alguma bobagem sobre isso.

Então é isso: quero edredon, sopa e colo.

"Viena, Viena e tanta tristeza"

"Eu tenho essa saudade. Sempre que venho a Viena, ela acontece."
O destino é mesmo irônico, afinal, depois de todos esses anos, estive em Viena. Finalmente cheguei. Tarde demais pra quem gostaria que estivesse por lá. Ou ainda esteja, mas não mais na minha vida. E essa época está agora tão distante como se estivesse por trás de uma cortina de fumaça. Enquanto caminhava naquelas ruas, lembrava de coisas que não deveria ter lido, de cada risada e lágrima e tanta tristeza e tanta alegria, de volta naquelas ruas onde tudo começou. E fiquei profundamente nostálgica do que um dia eu tive, do quanto eu queria ter de volta e não posso.
Sentei com dois amigos que moram em Viena para tomar um café e uma taça de vinho e a colinária austro-alemã que aprecio demais. Conversamos sobre nossas vidas atualmente e sobre a nostalgia de estar longe de uma terra de onde éramos tão felizes e ficou tão distante. Ao menos meus amigos estarão em Viena por longos anos, o que torna-se mais um motivo para que eu volte. E certamente voltarei.
Há pouco tempo conversei com uma amiga que morava na Europa, falamos sobre a beleza do velho continente, as construções medievais, as casas com telhados em forma de "v" invertido, da beleza da neve no inverno e dos verões onde o sol brilha até dez horas da noite, os trens que esperávamos e viajávamos por horas com alegria, a beleza natural, as ruas por onde saíamos para simplesmente andar. Quando ela esteve lá pela segunda vez, ir embora foi muito mais difícil do que da primeira, porque tudo a deixava feliz, bobamente feliz, o simples fato de estar andando pela rua era bom pra ela. E isso a fez perceber o quanto ela era feliz alí e o quanto queria que isso nunca acabasse, queria ficar lá para sempre. Senti o mesmo.
Marlene Dietrich cantava uma antiga canção que dizia
"Se eu pudesse fazer um pedido,
pediria um pouco de felicidade.
Porque se eu fosse feliz demais,
teria saudades da tristeza."
E sempre volto a pensar em Viena, em todas as lembrancas belas e terríveis, mas em geral guardo muito mais as belas, até porque elas não se separam, sendo que a tristeza e a alegria são inerentes nos meus sentimentos a esta cidade. E assim minha saudade nunca terminará, essa saudade da tristeza de um tempo perdido e de um jamais vivido.
Naturalmente, nada que acontecesse nesse mundo acontece por acaso ou sem sentido. Talvez tudo apenas dure muito, muito tempo. Então minhas viagens a Viena e meus caminhos para o passado não seriam saudades, mas saudades da esperança? Ninguém pode responder.
Em nesta minha viagem a Viena, não fechei a página do livro da memória, nem chegou ao fim da história, apenas parece ser o fim do mundo. Então talvez, minha querida Naty, quando finalmente cruzarmos a linha entre os pólos, neste lugar de todas nossas recordações, então nós, que sempre quisemos saber tantas coisas, finalmente saberemos o que vale a pena saber.
Fragmentos do texto pertencem a JM Simmel, do conto "Viena, Viena e tanta tristeza"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"Those watermelon smiles just can't ripen underwater"

Mas as luzes e luxos ofuscantes não trazem o menor encanto e aqueles sorrisos frágeis pintados de vermelho que desfilam com elegância e falsa confidência estão murchando e não deixaram sementes. Enquanto observo outro avião pousar e vejo as luzes piscando a distância e amo tudo isso, gostaria que sentissem o mesmo. E essa grande rua de arranha-céus e intenso movimento sempre me lembrarão de quem não estará lá mais e enquanto os dias passam, é um a menos para estarmos perto porque eu sei que seus sorrisos só voltarão a brilhar atrás do mar.



"Our daydream spills from my golden neck
breakes free from my wooden neck
left a nod over sleeping waves
And boy did they have fun behind the sea?
They sang 'so our matching legs are marching clocks
And we're all too small to talk to God'
Don't you know that those watermelon smiles
just can't ripen underwater"
(Panic at the disco - Behind the sea)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Constatacão televisiva

Estava ontem na casa de uma amiga assistindo tv Globo (pra quem não sabe, não moramos no Brasil) e eis que estava pensando...

Glória Menezes está na hora de aposentar.

Glória Perez, pelo amor de Deus páre de escrever novelas!!!


3 coisas que não dão pra aturar: Glória Perez, Murilo Benício e Debora Secco.


Por que diabos ainda passa Malhacão?


Tarcísio Meira está velho. E bem velho.


Claudia Raia é homem.


Lilia Cabral é chata que só.


Depois de Video Show, Fantástico é o programa com maior fonte de cultura inútil que tem na emissora.


Falando em Fantástico, Fernanda Lima estava acabada e mal vestida.






Como é que se pode achar (e todas as mães acham) Antônio Fagundes um pão?


Posso ser ruim pra conselhos, mas guardem este porque é bom: NUNCA, JAMAIS baseie seus conhecimentos em novelas de Glória Perez. A mulher não tem a menor nocão de realidade.

E também, por favor, não me perguntem nada do mundo árabe que você tenha visto em novelas de Glória Perez e acha que é verdade. Obrigada.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"I know it's mad but if I go to hell will you come with me or just leave me?"

Não sei o problema em ser solteira. Eu sou e gosto muito de ser. Não tenho muita paciência pra fazer programinhas chatos pra fazer companhia ao namorado e também sou partidária do clube do "quero meus amigos solteiros". Detesto ter que ligar pra alguma amiga ou amigo e ouvir "não dá, vou sair com meu namorado/a".
Passei tanto tempo encalhada que já acustumei e não esquento. Também desencanei de ligar pras pessoas que vão sair com seus namorados. Até que um dia desencanei de ligar pra qualquer um, nunca tinha companhia mesmo, afinal não vou sair pra balada, não gosto de pegacão e nunca tinha dinheiro.
Não sou gatinha, tenho mais celulite do que pele, tenho estrias e não gosto nada do meu corpo. Sou gordinha e não consigo fazer dieta, como compulsivamente, sou chocólatra e ninguém leva essas coisas a sério, também não estou pedindo que levem. Sou neurótica mesmo e daí?, também já faz tempo que parei de falar dos meus sentimentos pros outros. Afinal a solidão é minha velha companheira. Só tem um amigo que eu conto tudo e sabe todas as coisas, um cara muito legal que me conhece profundamente, muito mais do que eu mesma, um cara chamado Jesus. É o único mesmo que sempre esteve lá nas minhas muitas horas sem nenhum amigo por perto, jogando The Sims. A propósito, preciso de um outro pc pra reinstalá-lo, estou com saudades.
Hm, do que mesmo eu falava nesse post? Ah sim, do solteirismo crônico. Não acredito em "The One" e menos ainda que um dia eu vá achar quem me queira do jeito que eu sou. E tentativas de consolo do gênero "mas fulaninho já chegou em você" por favor né?! Aquelas pessoas de fim de noite que nem sabem se estão chegando em homem ou mulher. Deu pra entender né?! Não acho que aparência seja um "must be", afinal de contas nunca achei meu loiro de olhos azuis, magro esquelético com cabelo meio emo e que tenha p mesmo gosto musical que eu e nem preciso passar linhas descrevendo uma personalidade e mais impossível ainda, e que me ature. Não acho sexo a melhor coisa do mundo, não sou lésbica, apenas vivo bem solteira. Bom para mim. Menos uma razão para ser triste.
A única coisa que faz falta é de ter alguém por perto, afinal quando todos estão com alguém, eu nunca tive o meu alguém. Sinto mais falta de ter alguém pra conversar do que de ter um namorado. Afinal não tinha como trazer minha pscicóloga comigo. E assim sigo enfrente, conversando sozinha e com aqueles que moram na minha cabeca em algum lugar nesse quarto 9h da tarde. E eu tenho certeza que a Solidão estará lá, sempre com um abraco amigo.