sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Batalha no céu - Os anjos da minha vida.

- Ei Miguel, eu cheguei primeiro. Foi comigo que ela chorou as mágoas, que se refugiou quando precisou. A fiz rir quando chorava. Cantamos nossas canções amadas, estive ao lado mesmo que fosse para não fazermos nada. E ela também gostava do meu gato.

- Não vim em missão de batalha, Gabriel. Não vou tirá-la de ti. Não é o fim, apenas outra passagem do tempo. Eu sei que você se importa e também se preocupa, mas ela não lhe deixará cair da posição angelical de protetor. Eu também a dou um abraço e um ombro amigo, divimos canções (ainda que não sejam as do Dormants). Conversamos de tudo, entendo que você sinta saudade, não é com qualquer amigo que nos abrimos sobre os traumas passados ou simplesmente falamos do azul do céu.

- Miguel, ela é especial, diferente, simplesmente complicada. Cuidado quando estiver armado, suas asas podem atingi-la e ela é mais sensível do que aparenta.

- Você sabe que ainda é o arcanjo, um amigo verdadeiro, sem confusões de sentimentos ou málucas de amarguras e distância causada pela tempo. Você, Gabriel, é o anúncio da saudade e a razão de um sorriso nostálgico.

- E você sabe, Miguel, que chegou ao topo, conquistou sua batalha. Não a deixe cair. Eu vou ampará-la nas minhas asas, mas tal ferida por você causada, não sei se posso curar. Se sou o que chegou primeiro, você é o que está suposto a ser a salvação final. Sobreviva e faça-a viver.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Antes tivesse sido Morte!





07 de Setembro de 1822 - o erro de Dom Pedro. Independência ou morte? A que te importava, Vossa Majestade? Devias ter escolhido morte, se soubesse como isso aqui ia ficar.










O hino nacional, certamente belíssimo, mas uma grande mentira.





"De um povo heróico, um brado retumbante" nunca aconteceu. Não passou de meia dúzia de Zé-Ninguém e Vs Majestade emputado, espanha em punho, declarou independência de Portugal. O único país INDEPENDENTE a continuar com um Imperador português, da mesma família real: Dom Pedro II.


"Se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte" - mentiiiiiira! Todos os movimentos separatistas foram um fiasco e seus membros perseguidos e mortos. Se não fosse o próprio imperador a declarar, estaríamos dependentes até hoje (po**a, Dom Pedro!!!!!)


Fico a imaginar o povo naquela época, realmente devem ter pensando no Brasil como o florão da América, iluminado ao sol do novo mundo, deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e a luz do céu profundo. Paz no futuro e glória no passado. Quanta decepção! A paz do futuro nunca veio. Seguiu-se a abolição da escravatura, o início da república, ficou na mesmice por anos, vieram e foram-se os militares, veio Collor - a esperança do povo e o desespero dos que acreditaram, foi-se Collor, vieram outros e continuarão vindo, com seus bolsinhos cheios do dinheiro público. A culpa é do povo. Quem vota em Romário, Tiririca e Clodovil pro Senado por achar ENGRAÇADINHO! Quem reelegeria Collor. A memória é curta, não? Pois eu não esqueci o que ele fez e o bolso de muita família honesta também não. Um povo que deixou o crime tomar conta do Rio de Janeiro, que deixou a favelização se expendir a perder o limite entre terra e céu - pois quando Vargas disse que isso aconteceria, ele foi taxado de nazista. O mesmo povo idiota que hoje, ao 7 de Setembro, já não sae nas ruas com orgulho para ver as marchas dos colégios ou para protesto - a carne na laje e a cerveja de butequim são o que importam.


Acorda, Brasil! Eu não esqueci o dinheiro desviado da seca do Nordeste, os milhões gastos na construção da Transamazônica - uma obra para ligar o nada ao lugar nenhum e hoje estar abandonada e em péssimas condições de uso. Eu não esqueci o dinheiro público que Collor travou, nem os mensalões e o Presidente dos Pobres vestido de Gucci e comprando aviões de luxo, não esqueci Fernandinho Beira-Mar passeando de jatinho as custas do governo, Elias Maluco e suas atrocidades que só ficaram famosas a custo da vida de Tim Lopes - quantas outras coisas horríveis os homens do tráfico fazem e não ficamos sabendo? Não esqueci as crianças que morrem de fome no Vale do Jequitinhonha, nem nas ruas das cidades grandes - moleque de rua que não teve opção, pois não educaram os pais para que não tivessem filhos e por falar nisso, não esqueci também a visão assustadora de um hospital estadual onde o líquido drenado por uma sonda pinga em um balde debaixo da cama enferrujada, num cubículo dividido com vários enfermos e a choradeira de quem espera atendimento nas filas - não há médicos, não têm equipamentos - e os que tinham foram roubados pelos próprios funcionários. Não esqueci as escolas públicas, compreende-se o que passa na mente dos que preferem virar marginais se é aquilo que chamam de escola, compreende-se também a decepção dos que querem estudar, vencer e um dia se tornar um profissional qualificado.


Foi sua culpa, como cidadão brasileiro, o que se tornou esse país. Foi sua culpa quando comprou cocaína na boca de fumo, comprou a macoínha básica que não faz mal a ninguém. E se fosse legalizado e o velho blábláblá MAS NÃO É, portanto é sua culpa contribuir para o tráfico, um dos principais problemas desse país. É sua culpa quando cada pessoa digna é assaltada por um dinheiro mínimo que vai render a próxima bala na festinha dos playboys de 15 anos das escolas particulares de uma "elite" que não tem mais tempo pros filhos e uma juventude que acha que sabe demais da vida e não quer escutar. Foi sua culpa a sociedade ter perdido seus valores, pois enquanto você se indigna e fala dos problemas sociais do Brasil, foi sua maconha que contribuiu pra isso. É sua culpa quando o tráfico manda fechar a cidade e toma conta de tudo: você, drogado, financia o tráfico. É sua culpa que crianças sejam induzidas a essa vida, pois não lhes foi dada oportunidade de ver outro caminho. Os maiores traficantes não colocam a mão nas armas, mas mandam os menores espalhar medo pela cidade, chocam os moradores honestos de comunidades, criam a guerra civil não declarada nesse país.


Não esqueci também que os presidiários não são todos pobres, estupradores e assassinos, amontoados e doentes num sistema que não corrige, mas piora qualquer pessoa.



E pra quem se pergunta do que eu sei sobre isso, sei que meu avô cozinhava e dividia com um mendigo e conversava da vida com o mesmo. Quando meu avô morreu, minha mãe viu esse amigável mendigo apelidade Cabeludo chorar amargamente.


Lecionei em escolas de crianças carentes, sei quanto se trabalha e quanto ganha um professor primário, vi a decadência do ensino, a falta de comida que crianças enfrentam em casa e na escola.


Nasci e fui criada no Rio de Janeiro, tive que sair na aula no meio da manhã porque traficantes mandaram parar a cidade. Quem vive e cresce na selva sabe o dia a dia de andar com a bolsa grudada ao corpo, olhar pros lados o tempo todo.


Sentei com moradoras de rua, senhoras a quem ofereci um resto de macarrão que jantei com uma amiga e as vi repartirem entre elas a comida com a maior alegria.


Sou católica e conheci o trabalho da pastoral carcerária. Um colega de infância, que fizemos o primário juntos, foi preso em 2009 por involvimento com drogas.


Votei em Lula e saí do país a tempo de não ter que passar por outras eleições.


Era crianças, mas hoje vejo a vida financeira do meu pai pós-Collor.


Já testemunhei assaltos.


Já visitei enfermos no SUS e vi pessoas morrendo na fila de espera.


Claro que não sei de tudo nem vim pro Brasil com a côrte imperial portuguesa, mas do que falo eu sei o que digo.





Pense em tudo isso e agora reflita: Dom Pedro foi incomparavelmente melhor, não?


sábado, 20 de agosto de 2011

E o mengão?

Uma professora de etiqueta que eu tive disse que não se deve conversar em meios de transporte, menos ainda em lugares confinados tal qual em elevador. Desagradável estar no elevador ou (tentando dormir) no ônibus e a pessoa do lado num papo animadíssimo com a outra ou então em assuntos peculiares tais quais doenças, mulheres falando de menstruação, fofoca de quem foi detido porque tava todo bêbado vomitando na porta da casa de alguém e por aí vai.
E conversa de elevador podia passar em branco. Uma coisa é dar bom dia, outra é criar um diálogo, na maioria das vezes, metereológico.
"Tá frio hoje né?!"
"Ainda tá chovendo? Não trouxe meu guarda-chuva!"
"Aiii que frio!!!!"
"Nossa, que calor lá fora!"
...
Meu amigo no elevador do prédio, indo ou saindo de casa não vem ao caso; aí pára num andar X e entra o vizinho boa praça
- "Você tem cara de flamenguista"
- "É, sou..."
- "E o mengão, vai dar pra gente hoje?"

E seu meu camarada fosse Botafogo, Vasco, Fluminense, Dubaiense???? Estaria comprada a briga dentro do elevador ou seria fim do papo?

Respeitemos o silêncio cortês do próximo. Amém.

sábado, 28 de maio de 2011

Homens interessantes e solteiros estao em extincao!

Minha irma fica me mandando links dos blogs que ela le e raramente eu acho que ela le algo que preste, mas, dentre esses muitos e-mails, achei esse sensacional, parece que foi escrito por mim. Sem mais perguntas do porque eu sou solteira.




Onde se conhece alguém?


Em primeiro lugar, gostaria de deixar bem claro que eu não faço a menor ideia. Não sei o que se passa com os homens interessantes dessa cidade. Ao que parece, eles se escondem em algum porão secreto e, quando aparecem, já estão casados ou namorando. Ou então, o porão era uma espécie de armário e eles saem de lá sarados e fãs da Lady Gaga.
Uma amiga minha, que eu considero legal e descolada, disse que conheceu o namorado dela num samba. Concluí que eu também poderia perfeitamente conhecer alguém interessante num samba. Exceto por um detalhe. Eu não sei sambar. Quer dizer, quando o lugar está bem cheio e escuro, eu finjo que sei sambar. Tenho uma técnica infalível que consiste em mover os ombros e a cabeça como quem está sentindo a música e erguer as mãos com as palmas viradas pra cima (de preferência durante o refrão, quando eu também finjo saber as letras).
Mas como a técnica não inclui dançar em dupla, percebi que será bem difícil conhecer alguém interessante num samba. Talvez flertando num bar. Só não sei que bar. Aqui no Rio, só conheço bares com mesas para grupos de amigos ou casaizinhos. Ou grupos de amigos compostos por casaizinhos. E eu geralmente estou nessas mesas, como representante do número ímpar.
De todo modo, é impossível flertar nesse tipo de bar. Primeiro porque eu não sei flertar. Quando eu fixo o olhar em qualquer coisa por mais de cinco segundos, meus olhos começam a arder e a lacrimejar. Dali a pouco o cara vai achar que eu estou chorando porque estou deprimida.
Também não sei ser sedutora/sensual. Não suporto aquelas mulheres que ficam mexendo no cabelo de maneira sexy. Talvez porque meus cabelos sejam cacheados e não me seja permitido ficar mexendo neles de maneira sexy. Na única vez que tentei fazer isso, meus dedos ficaram presos no meio do caminho porque os fios estavam embaraçados. É por isso que se for pra conhecer alguém interessante, não vai ser nem num samba, nem num bar.
Uma outra amiga minha, que eu também considero legal e descolada, disse que conheceu o marido dela em uma boate. Aliás, falando nisso, qual é o termo atual para “boate”? Acho “boate” muito anos 60. E discoteca é super anos 70. Afinal, qual o nome que se dá àquele lugar insalubre e lotado onde uma porção de gente desinteressante se reúne para beber e dançar ao som músicas desagradavelmente altas? Uma terceira amiga minha, também muito legal e descolada, disse que o termo para isso é “night”. Tenho certeza absoluta de que se for pra conhecer alguém interessante não será nem num samba, nem num bar, nem na “night”.
Nossas amigas legais, descoladas e solteiras têm sempre alguém ótimo para nos apresentar. E eu sempre penso que se o cara fosse assim tão ótimo, as amigas iriam querer pra elas. Já as legais, descoladas e comprometidas entram numa de nos apresentar os amigos dos namorados delas. Outra roubada. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que amigo de namorado de amiga NUNCA é interessante. Eles são sempre meio carecas, gordos e cheios de opiniões irritantes sobre vários assuntos. Quando aparece um mais bacaninha, pode ter certeza de que é comprometido.
Talvez as pessoas interessantes estejam no cinema. Ou numa exposição de um artista plástico incrível que eu não vou saber o nome porque não sou culta o bastante. Talvez essas criaturas estejam do seu lado e você não perceba. Ok, isso é totalmente mentira. Eu olho para os lados O TEMPO TODO e não vejo nada.
Ainda não descobri qual é o tal porão secreto onde os homens interessantes e solteiros do Rio se escondem. Se alguém ficar sabendo, por favor, me conte. Até lá, triste admitir, poderei ser vista circulando pela cidade, provavelmente em sambas, bares e “nights”. Talvez até saindo com amigos de namorados de amigas. E sempre, sempre olhando para os lados.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Joselitos do meu Brasil

Joselitos do meu Brasil, aceitem que brasileiros falam sobre o que não sabem, não tem humildade de dizer "não sei".
Brasileiros ficam indignados quando no exterior acham que a vida no Brasil se resume a samba, futebol e Amazônia. Acham que andamos nu, moramos em oca e falamos espanhol ou brasileiro. Ignorância ou não, essa é a imagem que o Brasil exporta. Agora pergunto aos joselitos: o que vocês sabem sobre a República democrática do Congo? Os joselitos agoram imaginaram um gorila, casas de palafita, povo primitivo e falta de eletricidade e água encanada. Aí vão dizer que o Congo não é famoso internacionalmente e o Brasil sim. (Pelo o que além de carnaval, Ronaldinho e Amazônia eu não sei). Então dou outro exemplo: toda vez que falo que moro no Oriente Médio tem alguém pra dizer "BOMBA!". Quando digo que é seguro, a companhia dos joselitos vem dizer "mas tem bomba!". Po**@! Quando foi a última guerra com bomba no Oriente Médio? Guerra do Iraque não conta, não foi por causas locais. Aí os expertos e cultos acham que eu moro numa tenda no deserto andando de camelo e perguntam se eu já casei com um sheik do petróleo. E os que se acham mais dentro da realidade perguntam se eu uso burka. PELAMORDEUS!!!!!! Joselitos, de onde saiu esta conclusão?? O Afeganistão não é no Oriente Médio (pra quem está com vergonha de pegar um mapa, é na Ásia e não é árabe, é persa) e a burka foi imposta por um regime conturbado que se acha muito religioso (não vou entrar em detalhes). Uma vez, num desses blogs de moda que minha irmã lê, teve um tópico "burkas na Malásia" e as joselitas todas comentando impressionadas que as meninas islâmicas usam maquiagem e se vestem bem. Valeu Joselitos, depois ficam indignados que acham que mulheres brasileiras vivem com roupa de carnaval ou de biquini.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os homens da minha vida

Não desmerecendo homens ótimos que eu tenha encontrado, nem meus parentes queridos, mas têm 6 homens de vital importância na minha vida.

O primeiro eu só lamento os anos que demorei pra entender que a pessoa nos ama do jeito dela, e que não compreendemos este jeito de amar, que brigamos, mas que é um amor sincero, puro e creio que seja o maior amor do mundo. É o meu pai.

O segundo é meu irmão. Não é o filho dos meus pais, mas meus pais vieram a gostar muito dele. E ele tem sido meu fiel escudeiro nos últimos 11 anos (e 1 mes aproximadamente). A única pessoa capaz de me fazer dar gargalhadas quando estou de mau-humor ou chorando. Podemos virar mendigos do caixote de lixo, mas juntos e ele estaria zoando tudo e achando graça da nossa miséria.

Roberto, até no nome somos iguais. Nos conhecemos por meio de um terceiro (que nem tenho mais contato) em 1999, num momento bem ruim pra mim. Roberto esteve do meu lado nas horas felizes, de crise, de desespero, das gargalhadas, durate o tédio, de conversas sérias ou sobre uma árove. Tenho toda confiança nele e ele sabe da minha vida mais do que qualquer outra pessoa. E nunca nos vimos pessoalmente. Mas é mais do que um amigo e eu o amo imensamente.

Um nome angelical, um rosto angelical e um jeito não tanto, mas um braço aberto que sempre me recebeu. Mesmo que não tenhamos andado juntos direto, ao longo dos anos, muitos laços foram desfeitos e os com ele fortaleceram. Me acolheu em sua casa em momentos difíceis, filosofamos, rimos, cantamos, lamentamos, enfim, tudo que um amigo pode oferecer. E é ele um dos poucos que entende minhas nóias.

Diz-se que Deus criou Adão. E no momento que eu o encontrei houve uma conexão. Parados naquele corredor, o cara que acabei de conhecer estava me fazendo dar gargalhadas e ele estava fazendo graça do meu gosto incomum. Mantivemos pouco contato após aqueles dias, mas foi naquele "ainda quer tomar aquele café?" e o café que não foi um café, e nunca mais nos largamos e sem segundas intenções. Duas pessoas incomuns que não curtem coisas "comuns" num castelo de areia, rindo de conversas inapropriadas. Todos os momentos que passamos juntos - que não foram poucos - ficam na lembrança. Meu celular está tão silencioso sem suas mensagens e é uma perda impreenchível não o ver todo dia. Meu pequeno príncipe, eu ainda te vejo, nem que eu vá até seu planeta.

E foi quando minhas muralhas caíram que ele me segurou. Aquele telefonema as 4 horas da manhã e naquela conversa ele mudou minha vida. Foi e é minha cidadela. E mesmo se o destino for cruel e o tempo apagar nós dois, aqueles olhos que mudam de cor, o sorriso sincero e raro dele num verão turbulento, valeram cada segundo. E eu rezo que Deus nunca nos separe.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ana bahbk malak

"Então você também é daqui?!"
Aquela pessoa que idealizei e achava que nunca ia encontrar, ele era bem parecido. E aquele telefonema lacrimejoso 4 horas da manhã foi uma razão pra viver outros minutos e a esperança que teima em morrer. Me fez rir e me fez chorar como nunca senti nada igual. Dividiu minhas lágrimas e me entendeu, quando eu precisei, mudou minha vida. E, mô, compreensão assim e tanta semelhança eu nunca tive em ninguém.
Difícil é encontrar tudo em alguém e não ter perspectiva; acho que estar sempre no pólo errado é meu carma. E, se destino é a gente que faz, o meu sempre entorna e se perde no caminho.
Só me resta ouvir um HCM.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Girls from Mars

Amizades não duram pra sempre. Eu mesma tenho alguns ex-amigos. Por vezes é simplesmente a vida - a gente cresce e tomas rumos completamente diferentes, o contato vai ficando raro e os assuntos difíceis de serem os mesmos. Outras vezes é briga mesmo, os santos se enfrentam e acabou. E as raras vezes elas realmente duram pra sempre. Eu encontrei uma amiga na escola, sentávamos perto, na fileira da frente porque éramos muito míopes pra sentar atrás. Fomos assistir a um filme horrendo num cinema péssimo e nunca mais nos largamos. Mudamos de escola, mudamos de estilo, vivemos momentos diferentes, mas nunca o telefone deixou de tocar e cada conversa durava horas; e muitas risadas. Muitas visitas, aulas matadas, confeitarias toscas e noites não dormidas. São a lembranças quase comicas como essas que me apego no momento da saudade, da distancia, do telefone que não tocou e do Agosto passado. Escuto nossas músicas, rio das nossas piadas internas e das babaquices sem tamanho que fizemos. E aquele pedaço de bolo ainda está na geladeira.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Lost in you

Estou com saudades...
Saudades do tempo em que você estava aqui, saudades de tudo, sabe?
Porque nós criamos isso juntas e agora não criamos mais nada. Eu quero você perto, quero te ter ao alcance do meu telefone, quero comer bolo, fazer biscoito, quero aquela certeza incrível de que amanhã você vai estar aqui, quero dividir um milhão de coisas com você.
Não posso.
E eu vou rir das nossas piadas internas até que elas não façam mais sentido, e eu vou pensar em você todo dia, e eu vou cantar nossas músicas até ficar sem voz, e eu vou te amar até o mundo deixar de ser mundo. Porque amiga como você só acontece uma vez na vida. E você sabe...

"The more that I think how I need you,
the more that I think the more It seems truth
and now It means more than ever meant it to
ever meant to

Lying wide awake under stranges skies
wanting to call you
but It's late at night
And you're far away
but You're always on my mind

You're always on my mind
You're always on my mind
You're always on my mind
You're always on my mind
You're always on my mind
You're always on my mind"

Casal (a)normal

Casais normais vão ao cinema.
Casais normais dormem durante a noite.
Casais normais tomam café da manhã na cama.
Casais normais passeiam de mãos dadas pela praia.
Casais normais saem pra jantar.
Casais normais tocam juras de amor.
Casais normais fazem planos para o futuro.

Eu e você temos um apartamento vazio e um sofá verde.

Outra

Inferno. Eu deito na cama dela, com o homem dela, o gato dela. O que eu sou senão uma sombra dela? E ele não a ama, que diferença faz ele não me ama também. Ao menos naquele apartamento vazio o fantasma dela é mais ameno, diferente da cama onde ele dorme com ela todo dia, e insiste pra mim que não estão juntos. Obvio que sim, mas que diferença faz pra mim, se eu sou resto.
Então amanhã de manhã ele vai me mandar mensagem enquanto ela dorme, porque sou eu que ele queria ver acordar do lado dele. Mas ele não quer tanto assim, que o faça largar dela. Mas ele não quer tanto assim, que faça qualquer diferença. E eu não quero tanto assim que me faça largar dele. E eu não quero tanto assim que me faça qualquer diferença.
Inferno, inferno. Me salva do inferno que é não ter você todo dia, porque eu sei , meu amor que hoje você dorme do lado dela.E hoje, você não vai ligar nem mandar mensagem porque hoje você é dela. E eu? Hoje eu não faço diferença. Porque amanhã, eu sei, você me ama e amanhã eu faço diferença, mas não hoje, porque hoje eu não sou nada. E hoje você dorme do lado dela.

E então

Era um predio baixinho numa rua esquecida pelo tempo. Ao contrario de toda a cidade que crescia, a rua diminuía nela mesma, se tornando quase um ponto. De tão milimétrica somente seus moradores e alguns entregadores do correio conheciam seu nome. Três andares, quatro apartamentos por andar, doze apartamentos, doze não-famílias. A primeira vez que ela encontrou aquele prédio era um dia chuvoso, numa cidade que alaga, água pelos joelhos, lama por todo o canto. Uma calamidade normal de qualquer chuva primaveril. A arquitetura esquisita e horrorosa da construção sequer chamava atenção. As plantas dos apartamentos foram feitas por alguém que definitivamente deveria ter sua licença de engenheiro retirada. De três quartos, dois davam pra cozinha, um para a sala, o banheiro social saía na copa.
Tinha urgencia em se mudar, depois de ter percorrido a cidade atrás de um teto para ficar, ela se encontrava ali, debaixo da chuva. Subiu as escadas, o quarto anunciado no jornal ficava no terceiro andar. Quando Dona Marina abriu a porta, era como aquelas imagens bíblcas onde se vê aquele feixe de luz iluminando os santos, aquela senhora era tão encantadora quanto a entidade de quem ela tomou o nome. Ela tinha cheiro de manhã de domingo, um sorriso confortante, tinha algo que se perde quando se tenta explicar. Uma clássica senhora idosa, perdeu o marido alguns anos antes, os filhos se casaram tiveram filhos, passou a morar sozinha depois de tudo isso, entrou em alguma religião, sua vida gira torno da igreja, seus amigos são aqueles que ela encontra no culto, nunca teve um amor de verdade. Teve um marido, uma família, mas nunca um amor. E só depois de quase 70 anos, finalmente descobriu o sentido da palavra solidão.
No apartamento era sempre domingo, ignorava que existissem outros dias da semana, o tempo não passava entre aquelas quatro paredes. A poeira que vinha do tunel proximo ao prédio era tão cruel, que mesmo que se varresse o chão e tirasse o pó de seus móveis três vezes ao dia, era a presença que se sentia mais forte durante a manhã, mergulhando tudo em sua fina névoa branca que se depositava em tudo o que era sólido. O que era extremamente enfadonho para a dona da casa, quando se está velha, sua via sempre foi cuidar da casa. Isto é tudo o que lhe resta de orgulho, filhos já crescidos e desviados daquele que ela sempre achara que fosse o caminho perfeito para suas vidas. Encantados com sereias, deusas, ideais familiares, luxurias. A casa era sua única jóia, a ostentação que ela ainda se permitia ter, uma casa arrumada para mostrar aos outros, encantar os vizinhos, com sua cristaleira e louças que foram presentes de seu casamento que há sete anos não existia mais. Nada mais tinha ainda seu sentido impregnado nas coisas, era velharia. Mas presa a essa velharia tanto quanto ao excesso de arrumaçao de todas as coisas.

Hiato

Não escrevi no ultimo ano porque era tanta coisa pra escrever q achei melhor deixar assim, mas sei lá, conversei sobre blogs ontem e me deu saudade. Vou colocar alguns textos sobre o ultimo ano, eles nem são mais realidade, mas já foram, então...