segunda-feira, 23 de março de 2009

Introibo ad altare Dei

Sabia que a última vez que o vi podia ser a última. Mas foi com sinceridade que o abracei e fiquei feliz em vê-lo. Não gosto de despedidas e evitei um último encontro para dizer adeus, o tempo e a distância não trabalhavam a nosso favor. Sempre pensava nele, creio que ainda penso, todos os dias. Dos momentos de conforto que ele me deu, de risadas e até lágrimas que ele me fez chorar, dos ensinamentos e, como ele mesmo um dia disse, da amizade bonita que nasceu entre nós.
Eu gostaria imensamente de poder abracá-lo outra vez, escutar seus conselhos, derramar minhas faltas e chorar minhas confusões; e, por cima de seus óculos, perceber quanta coisa aqueles pálidos olhos azuis sentiam, afinal guardávamos nossas almas como um segredo preso na garganta. Tantas coisas que nunca saberei e todo que ele nunca pode me contar e tudo que eu falei agora estão guardados e lacrados. Foi meu confissor, meu amigo, meu pai, meu irmão, o avô que nunca tive, meu padre e meu pastor. Por cada hóstia levantada e cada passo arrastado até o altar de Deus, "conceidei ó Deus ao que partiu dessa vida a luz que não se apaga".


In memoriam Frei Marino Prim (OFM)

Um comentário:

Antonio disse...

Sinto muito, sinto imensamente que todos tenhamos que passar por esse tipo de perda. O próximo passo...
Quando precisar de um abraço (e estivermos no mesmo país), pode retirá-lo!
Beijos! Se cuida, e me diga: você usa skype?
Quase não estou entrando no msn ...