sábado, 17 de maio de 2008

Crônicas de um casamento III

Sábado de maio, dia de casamento em um mês de casamentos. A noiva estava linda de branco, como todas as noivas. O noivo a esperava no altar, como todos os noivos. E os convidados entediados pensando na festa, como todos os convidados. Depois da chuva de arroz, o caminho para a festa.
E o câmera tudo filmava.
Só que dessa vez, não teve caminho para festa. Pode-se dizer que nem da igreja os noivos saíram juntos. Romance por conveniência. Amor vem com o tempo. Eles devem ter acreditado nisso a ponto de terem tentado se casar. Ela percebeu que não importava o quanto ela desejasse, não conseguiu e não conseguiria que o amor viesse. E nada daquilo mais fazia sentido.
- É de livre e espontânea vontade que o fazeis?
- Não.
Então toda a igreja mergulhou em um silêncio perturbador, os convidados se entreolhavam atônitos com tal inesperada resposta. O padre tossia. A mãe da noiva desmaiava. E o silêncio.
Em vista de todos os casamentos, tantos divórcios e traições. Pode-se dizer que esse foi um casal sincero que não chegou a jurar amor incondicional até que a morte os separe. Se tão poucos cumprem aquilo que prometem, então qual o sentido em prometer?

2 comentários:

Unknown disse...

qual o sentido em prometer? oO

Roberta disse...

Eu n questiono o sentido em prometer, mas sim o sentido de prometer sem acreditar. A maioria dos casamentos na igreja católica são por mera tradição. Então pra quê prometer perante Deus e td mundo as juras d amor q pretendem cumprir? ¬¬