quarta-feira, 30 de abril de 2008

Para sempre

Comecei a mexer naquela velha caixa de sapato. Há muitos anos de histórias lá dentro, alguns papéis já remendados de tanto serem lidos e dobrados, alguns, escritos a lápis, já falham as letras. Tantas cartas, tantas memórias... alí dentro encontrei lembranças boas, dei risadas, também as que me fizeram chorar. Reli sobre o que escrevemos sobre amigos, pessoas que já até tinha esquecido que existiam. Enfim, memórias. Eu nunca tive o hábito de escrever cartas, na verdade gosto delas, mas não me concidero bom escrito. Adorava receber as cartas dela, cada envelope na caixinha do correspondência no meu nome e eu entrava em êxtase, sabia que seria dela. Morávamos longe, e as cartas nos mantinham tão perto, tínhamos os mesmos sentimentos, pensávamos igual em relação a muitos assuntos. Nossas cartas eram enormes e foi por ela que escrevi tantas páginas. Foi minha melhor amiga, esteve comigo em momentos que precisei, dividiu minhas tristezas e sentimentos que jamais contei a qualquer outra pessoa, ninguém entenderia, só nós dois, éramos diferentes, e, naquele papel, era o nosso mundo e nada mais importava. A saudade é imensa toda vez que abro essa caixa, toda vez que penso nela. Tanta história, tanto passado, tantos sonhos na prateleira. Eu queria tê-los transformado em realidade, fugir do mundo, de todos, afinal sentíamos como os únicos no mundo que entendiam um ao outro, éramos como uma mesma alma em corpos separados. Doce inocência e ingenuidade, éramos ambos muito jovens e tínhamos verdadeiro amor e ainda puro um pelo outro. Ela era a rainha dos meus sonhos e as cartas e os momentos com ela valiam tudo pra mim. Eu queria ajudá-la e ela dizia que o fato de eu estar alí já era o necessário, a fazia rir, eu a compreendia, partilhava sentimentos e ela dizia que não havia ninguém no universo tão maravilhoso quanto eu. Arrumei as cartas dela por data, nunca consigo chegar a ler a última. Sou mesmo muito emotivo para saber lidar com a saudade de tudo que ela foi e sempre será pra mim. Prefiro parar nas linhas do agradecimento e que sempre terei meu lugar guardado ao lado dela, seja onde e quando for. Anos depois, eu ainda sonho com ela toda noite, ainda falo com ela e a vejo, perdido em momentos que se misturam com o que aconteceu e como seria hoje, desde a última carta que voltou, acompanha por um bilhete não escrito por ela. Ela só queria ser feliz, livre, acabar com aquele martírio. E então ela se foi.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Peace in pieces"

Esse blog não foi feito pra ficar falando de notícias da atualidade, pra isso existe o Jornal Nacional & cia, mas como minha mãe fica antenada (não sabe-se porque) no caso da garotinha defenestrada em SP, há algumas semanas atrás, vou desabafar: COMO alguém leva a sério hipóteses tão ridículas?! Um pedreiro teria invadido o apartamento, matou a garota, jogou-a pela janela e saiu como se nunca estivesse estado lá; alguém teria invadido o prédio ao lado e, de alguma forma Macgyver, fez o q fez e ninguém viu/escutou/sabe de nada. Patético! Agora só falta dizerem que o Super-Homem entrou no apartamento voando, fazendo aquele rombo na tela, pegou a garota, que supostamente estava sozinha em casa enquanto o pai ia na garagem buscar o resto da família (¬¬) e saiu voando com a menina, mas a deixou cair. Com medo dos agentes secretos do planeta X, ele saiu voando descontroladamente e se escondeu junto com o Bin Laden, onde ninguém os acharia pelos séculos e séculos. Tudo isso em alguns minutinhos.
Francamente, seja quem foi, não tiveram muita imaginação na coisa, nem assistiram a um mínimo de Law&Order pra ter umas idéias de encobrir pistas e essas coisas. Tive que concordar com o namorado da minha irmã, se eu tivesse feito uma grandiosa merda dessas, teria colocado fogo no apartamento, no prédio, qualquer coisa grande do gênero, ficaria menos ridículo do que cortar um pedaço da tela.
Uma criança de 5 anos, que bizarro!
E quem não acha q foi o pai e a 'má'drasta, levante a mão, porque eu que sempre achei isso, como diria K, mantenho meus bracinhos arreados.



Descanse em paz, menininha.

sábado, 12 de abril de 2008

Entre a gordura e a qualidade

Os saudáveis que me perdoem, mas gordura é essencial.
Em tempos de crise de excesso energético, é sempre ela a culpada. Porque afinal tudo o que é integral é sempre mais bem visto na sociedade. Mas convenhamos, o sabor é proporcional à transparencia do guardanapo. Quanto mais transparente, melhor o salgado. Quanto mais chocolate, melhor o bolo.
Nunca vi um único ser que preferisse bolo branco com recheio de doce-de-leite com ameixa. Assim como só soube de um único caso de alguém que considera como cor preferida marrom. Deixarei as cores de lado por enquanto.
Vegetais não inspiram banquetes, não existe soja de natal, ovo de páscoa sem açúcar só se for versão canina.
Afinal se coisas lights fossem naturais, vaca daria leite desnatado.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"Vou passar aí pra te deixar o convite... você vai né?"

Batizado, chá de panela, casamento e colação de grau. Não necessariamente nessa ordem, mas são chatices que todo mundo (ou quase mundo, para os sortudos que nunca passaram por isso) passa. Batizado não me refiro ao meu, até porque fui batizada bebê e ,obviamente, não lembro. Mas batizado alheio é um pé no saco, principalmente se for de bebê e pior ainda quando são muitos e fica aquela choradeira na igreja. Sinceramente, não sei porque os pais tem q chamar a família inteira e todos os amigos - e fazer questão da presença! - prum batizado. Alegrem-se eles mesmos com o evento e poupem os outros disso! E normalmente são sábado de manhã, ou chovendo ou calor de 40oC!
Casamento é quase a mesma coisa. Os noivos mandam convite pra Deus e o mundo e fazem questão de presença. Exceto pra quem está casando e pros emotivos mais chegados, a grande maioria acha chatíssimo ficar ouvindo o juiz de paz, o pade, o pastor, ou rabino ou seja quem for o celebrante ficar discursando sobre casamento. Às vezes até é bonito, mas chegar no encontro familiar levando o DVD (ou VHS pros mais antigos) do casamento como se todo mundo estivesse interessado em assistir, é demais. A cerimônia é que nem vestibular, ninguém quer fazer duas vezes. As pessoas, exceto as que não saem de fininho, ficam pra ver por educação, quase morrendo de tédio. Assim como ficaram na igreja... só pensando na festa. Festa é a única parte que os convidados querem ir. Acho deselegante convidar apenas pra cerimônia.
Também penso o mesmo em relação a colação de grau. Todo mundo é convidade pra entrega dos diplomas da galerinha jogando aquele chapeuzinho ridículo e achatado pro alto, que nem filme de Sessão da Tarde, mas quase ninguém é convidado pra festa. Colação de grau acho que ganha o Prêmino da Chatice do Universo. Não é absolutamente nada legal pra ninguém, tenho minhas suspeitas que até pro formando deve ser chato. Pior ainda quando é colação de grau de Direito e o nome da pessoa é Vivian (baseado em fatos reais). E você chega cedo pra pegar cadeira, o evento atrasa (ó novidade), cada professor, reitor, orientador, faxineiro, Zé Bolinha, orador e etc discursa uns 10 minutos, você fica lá até o final bocejando pra abraçar seu amigo com um sorriso amarelo e desejar "parabéns!" e aquelas frases-tipo-aniversário que todo mundo sempre fala a mesma coisa e ficar esperando que todo mundo decida onde ir pra bebemorar enquanto você já está alí de saco cheíssimo querendo é matar todo mundo.
Pelo menos do chá de panela os homens escapam. E vocês homens não sabem do que escaparam! Eu sempre achei ridículo chá de panela, que coisa mais imbecil! Fica um monte de mulher casada-wannabe, tia encalhada e tia velha dando palpite, falando de decoração de casa, o que comprou na Casa & Vídeo - ou na Leroy Merlin pros metidos a chique - do marido etc. As desinteressadas que vão por educação (ou obrigação), que não sonham em casar e/ou nem namorado têm, que se contentem em colocar a cadeira estrategicamente ao lado da mesa das comidas que cada uma leva um prato, tipo festinha americana, e fique degustando de torradinha com 30 variações de pastinhas e variações de bolo Dona Benta: chocolate, milho, fubá... Porque ninguém leva salgadinho e vodka pra essas coisas???!!! A pior parte, onde se atinge o ápice da chatice, principalmente pros nada humarados, como eu, é a dos presentes. A mulherada embrulha toscamente o presente que comprou na lista da noiva, que fica vedada no meio da rodinha e tem que descobrir o que é. O objetivo é embrulhar o presente de forma tosca e zoada exatamente pra que a noiva pagando-de-babaca não descubra e pague mico, sendo pintada ou seja lá as modalidades que inventam. Francamente, não tem nada mais babaca (pra não falar palavras de baixo calão) que isso. Cadê o senso do ridículo?

Porque as pessoas continuam fazendo essas coisas e não se tocam? E ainda reclamam quando os entiados como eu, e provavelmente todos que concordam, saem de fininho do chamado evento ou arrumamos uma desculpa esfarrapada pra não ir. Ou sendo bem franco: Não vou porque é uma chatice!!!!!! Ponto.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Pensamento roubado

"Se todos soubessem tudo o que passa na minha cabeça, me veriam com outros olhos. Às vezes é preciso simplesmente mudar a si mesmo para resolver uma situação de uma maneira melhor. Alguns o fazem tão bem, que ninguém sabe agora se é ou não sua verdadeira face."